segunda-feira, 21 de maio de 2012

O que você entende por Filosofia da Educação?


A filosofia talvez possa ser entendida como a descoberta de que educar é auto educar-se, ou seja, a necessidade de educar-se por meio da razão, o espanto de perguntar-se o que é a 14 natureza, o que é o ser, contudo, não se trata de qualquer diálogo, afinal, nem toda conversa é filosofia. Trata-se da educação que se faz no diálogo, na pergunta que abre a investigação, no caminho do argumento. Podemos ver a filosofia como uma aposta de que a vida pode ser mais bem vivida pela amizade que se dispõe ao diálogo filosófica, e não pela violência. A formulação do Artigo 36 da Lei nº 9394/96 favoreceu o entendimento da Filosofia e da Sociologia como um conhecimento transversal, conceito desenvolvido nas Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio, documento que, assim como os Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Médio – PCNEM -, foi publicado durante o governo de Fernando Henrique Cardoso. Nesse mesmo governo, também ocorreu, no ano de 2000, o veto ao projeto de lei que determinava a inclusão de filosofia e sociologia como disciplinas obrigatórias no ensino médio. Os PCNEM, que foram bastante discutidos, ao menos em parte das escolas do país, apresentam o ensino de filosofia estruturado por meio de competências e habilidades. Contudo, a aplicação da noção de competência à educação pode ser questionada de diversas formas.
Não obstante, a concepção de ensino de filosofia apresentada no documento tem o mérito de destacar capacidades importantes a serem trabalhadas com os estudantes, não se restringindo a uma mera reprodução de conteúdos. A filosofia deve ser considerada em sua situação específica na educação por voltar-se para jovens que não necessariamente irão se profissionalizar em filosofia, relacionar-se com outras disciplinas, conteúdos e valores na construção de um currículo voltado para a formação de todos os cidadãos. Sabemos que, em grande parte, a formação dos sujeitos e das subjetividades se dá sob forte influência da mídia, em especial da TV mas também de outros meios de comunicação. A prática do ensino de filosofia, na maioria dos casos, ainda está presa à discursividade, o que é cobrado dos alunos são habilidades cognitivas e linguísticas como se estas estivessem separadas do corpo, e não vinculadas a hábitos adquiridos. Estudar filosofia é também estuda problemas filosóficos, aprender a articular, conceitualmente, os pensamentos, articular as idéias de forma rigorosa e buscar fundamentos e a completude das explicações, das compreensões.
Aprender filosofia é um desafio, envolve a escuta de uma lição externa, por meio da qual pretendemos superar nosso senso comum. Há uma lógica própria da filosofia que se baseia na permanência da possibilidade de questionar, perguntar sobre o que são as coisas, o que é o real, permitir-se questionar o real, no sentido de buscar compreende-lo, e não apenas submeter-se a ele como a uma força cega.
Referência:
JARDIM, Alex Fabiano Correa & BORGES, Ângela Christina & FREITAS, Gildete dos Santos et al. Filosofia da
Educação.

Em que consiste a “Teoria dos dois mundos” defendida por Platão?


A partir da Teoria das Idéias podemos elaborar toda a filosofia platônica, sobre o interior, sobre a justiça etc. a Teoria das Idéias constitui o eixo do desenvolvimento do pensamento platônico. Mesmo que ao longo de sua vida a Teoria das Idéias tenha sofrido algumas modificações, Platão jamais a abandonou. Nessas idéias estão contidos todos os problemas que são tratados pelo pluralismo de Pitágoras, sobre a questão da ‘mobilidade’ ou do ‘devir’ em Heráclito, a questão do ‘ser estático’ em Parmênides. Platão desenvolveu a noção de que o homem está em contato permanente com dois tipos de realidade: a sensível e a inteligível. O conhecimento sensível ocupa-se dos objetos sensíveis que são para Platão imagens das idéias; o conhecimento inteligível volta-se para os modelos dos objetos sensíveis, ou seja, as idéias. Dentro do conhecimento sensível Platão considera dos níveis: o inferior e o superior. No nível inferior encontram-se os fenômenos, as imagens refletidas. Sobre este conhecimento só é possível fazer conjecturas. O nível superior é composto pelos objetos fabricados pelo homem, os seres vivos e plantas. Este segundo grau do sensível não é de saber definitivo, mas faz parte do domínio da crença. Este conhecimento sensível representa o falso saber, simbolizado pelo conhecimento que os prisioneiros da caverna possuem. É com o conhecimento inteligível que entramos no domínio do saber. Neste tipo de conhecimento Platão considera também dois níveis: o inferior e o superior. O grau inferior do conhecimento inteligível corresponde ao conhecimento discursivo, cujos objetos são as hipóteses e formas matemáticas. O grau superior do conhecimento inteligível é a intuição intelectual, a qual tem por objeto os seres inteligíveis superiores, as idéias. O filósofo grego Platão, acreditava que o mundo que conhecemos não é o verdadeiro. Para ele, a realidade não estava no que podemos ver, tocar, ouvir, perceber. Na filosofia de Platão existem dois mundos: o primeiro é aquele que podemos perceber ao nosso redor, com os cinco sentidos. O outro é o mundo das idéias, onde tudo é perfeito e imutável. Não podemos tocá-lo, ele não é concreto. Só o pensamento pode nos levar até lá. Nossa vida para Platão, é como a dos prisioneiros do mito, acorrentados no fundo da caverna. Vemos as coisas que conhecemos como se fossem reais, mas não passam de sombras, ilusão. A verdade está fora da caverna, no mundo das idéias, na luz. Ou seja, é preciso desconfiar do que nossos olhos e ouvidos dizem. Devemos nos guiar pelo pensamento e pela razão. Foi em tono dessa idéia que nasceu a filosofia, no fim do século V antes de Cristo. Platão afirmava que o corpo era um túmulo que aprisiona a alma. Um obstáculo ao pensamento, Platão acredita que para atingir a verdade e o bem, você deve se libertar da sedução dos sentidos, tudo que vemos e percebemos ao redor são cópias mal-feitas das idéias, que são perfeitas e eternas, é como se a natureza e as pessoas fossem uma cópia de modelos que só existem no mundo das idéias. O que Platão quer com isso é distinguir o verdadeiro do falso, o semelhante do diferente, a essência da aparência.

sábado, 12 de maio de 2012

A Teoria da “Maiêutica” defendida por Sócrates


O Método Socrático

O método dialógico de Sócrates é constituído por dois momentos fundamentais, vamos voltar nossos estudos para a Maiêutica.
Maiêutica, Termo grego que significa “arte de trazer luz”. Técnica através da qual se consegue observar como é que uma ciência desconhecida se transforma progressivamente numa ciência conhecida. Ele pretendia que o seu questionamento sistemático levasse os outros a um ponto crucial de consciência crítica, procurando a verdade no seu interior. A maiêutica é, assim, a fase positiva, construtiva, do método socrático que permite o acordo através das certezas universais obtidas pela definição após a discussão. Trata-se de um diálogo do primeiro período que se caracteriza pela ausência da teoria da reminiscência que serve de fundamento à maiêutica.
Foi a forma encontrada por Sócrates para fazer com que as pessoas através da interrogação feita de forma organizada e direcionada chegassem ao conhecimento. A Maiêutica é um estímulo para a pesquisa, através dela ele buscava fazer "parir" nas pessoas as ideias, os conhecimentos. Ele próprio se declarava sem sabedoria e não criou nenhuma organização metodológica e doutrinal. Era o parteiro das ideias nos outros e não podia parir conhecimentos em si mesmo.
Através da Maiêutica a pessoa que parece ignorante pode achar em si conhecimentos que desconhecia ter, Sócrates somente ajuda a pessoa nessa pesquisa, mas não lhe ensina nada.
O  Método de Sócrates pretende ensinar o uso e o valor das definições precisas dos conceitos que se empregam nas discussões do quotidiano. Não as chegaremos a possuir sem, previamente, procedermos a uma revisão das noções tradicionais, do senso comum, das concepções vulgares incorporadas na linguagem.

JARDIM, Alex Fabiano Correa & BORGES, Ângela Christina & FREITAS, Gildete dos Santos et al. Filosofia da Educação.
< http://www.filosofia.com.br/historia_show.php?id=23 > acesso em 12/05/2012. As 11h e 24min

sexta-feira, 11 de maio de 2012

Método “Pedagogizador” e a prática educacional voltada para intersubjetividade


Pedagogizar se resume a instruir, reproduzir um tipo de conhecimento que não é relevante para as reais necessidades do aluno. Essa postura de educação está a serviço de uma sociedade mercadológica e tecnocrática. As propostas pedagógicas estão direcionadas a uma aplicação de técnicas a um sujeito, o aluno, tratado meramente como um objeto a ser conhecido e treinado para atender as exigências do mercado.  Esse modelo de educação tem sido pensado como um dos maiores desafios da contemporaneidade, e os seus críticos vem tentando superar esse estilo “pedagogizador” da educação.
Para inverter o modelo de educação  pautado pelo estilo “pedagogizador”, torna-se necessário fazermos propostas para um a educação  mais  consistente  e  comprometida  com  uma  efetiva emancipação do sujeito. Habermas propõe a Teoria da Ação Comunicativa que pode contribuir para um pensar crítico em favor de uma educação voltada para a formação do sujeito emancipado, sensível e ético. Suas ideias a respeito da linguagem, do conhecimento e da ética podem abrir novas perspectivas para a educação em termos de uma filosofia da educação.
A partir da Teoria da Ação Comunicativa, pode-se conceber o espaço da escola, como o lugar de exercitar a intersubjetividade entre aluno/professor/escola/família e comunidade, com o intuito de discutir os rumos da sociedade. A intersubjetividade segundo a proposta da Teoria da Ação Comunicativa permite a conciliação de teoria e a prática através de ações concretas.
Uma educação calcada na intersubjetividade é o mais apto para a construção de pessoas realmente esclarecidas, criativas e autônomas, tendo em vista a valorização social, política, econômica e ética de uma sociedade contemporânea.
Desta forma, a prática da intersubjetividade no campo da educação supera o modelo “pedagogizador” ao produzir indivíduos  mais livres, autônomos, capazes de avaliar seus atos e abertos à crítica. 

JARDIM, Alex Fabiano Correa & BORGES, Ângela Christina & FREITAS, Gildete dos Santos et al. Filosofia da Educação.

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Filosofia Moderna e suas principais características.


Filosofia Moderna
  
A Filosofia da Idade Moderna nasceu e se desenvolveu durante os séculos XV, XVI, XVII e XVIII, graças aos trabalhos dos protagonistas do renascimento cultural e científico, entre eles Nicolau Copérnico, Leonardo da Vinci, e dos esforços de cientistas e pensadores como Galileu Galilei, Francis Bacon, René Descartes e tendo se estendido até Emanuel Kant.

A Filosofia da Idade Moderna tem entre suas características:

a) O Racionalismo

A filosofia moderna propriamente falando iniciou-se com a teoria do conhecimento do René Descartes. Conhecido como pai da filosofia moderna, parece que ele levou muito a sério as palavras do Leonardo Da Vinci que diz "Quem pouca pensa, muito erra."! Na Idade Média, na sociedade e na política a Palavra de Deus, considerada fonte única do conhecimento absoluto, foi interpretada pela igreja que dominava todos os aspectos da vida. O renascimento trouxe uma ênfase renovada no desenvolvimento científico e na capacidade humana e a necessidade de uma nova definição do ser humano e seu lugar no mundo. Na modernidade a chamada Idade da Razão então, surgiu à necessidade de redefinir os paradigmas, Descartes na declaração, "penso logo existo", ele declara que o homem, ser racional por natureza, tem a capacidade de alcançar o conhecimento e mais que isso, sua existência é definida pelo ato de pensar.
Por entender ser possível chegar ao pleno conhecimento através do processo de pensamento racional, Descartes, idealizou um processo de dúvida metódica pelo qual através da rejeição (eliminação) de pensamentos ou ideias em que resida a menor dúvida o homem seria capaz de alcançar o conhecimento. As obras do Descartes formaram a base sobre qual os racionalistas desenvolveram seus processos.

b) O Empirismo

Francis Bacon, John Locke, David Hume e outros pensadores contra posição aos racionalistas do continente europeu desenvolveram e propagavam o raciocínio experimental, ou seja, a teoria de que o único caminho pelo qual o homem pode chegar ao conhecimento é através da experiência sensível (empírica).
Um fator marcante da modernidade é a separação entre a Filosofia e a Ciência empírica. A ciência moderna, dependente nas experiências desenvolvidas em situações controladas, é empírica por natureza, contrastando-se com o pensamento do Aristóteles que percebia a Metafísica como ciência primeira.

c) A perfectibilidade.

Os precursores da filosofia moderna entre eles Leonardo da Vinci, Copérnico e Galileu acreditaram na perfectibilidade da natureza e defenderam a teoria da perfectibilidade da razão humana. A ciência renascentista entendeu que pelo fato que Deus criou a natureza é possível conhecer Deus através da natureza e, portanto, produzir conhecimento.
Em sua epistemologia Immanuel Kant sintetizou as teorias, do Descartes e os racionalistas continentais e Hume e os empiristas ingleses.
O processo de racionalização, característico da Modernidade, que começara com os renascentistas e com os cientistas, e passara por Descartes e pelos empiristas, podia agora, ser compreendido por Kant como um processo que representava o curso natural da evolução da sociedade. Finalmente o ser o humano estava apto para raciocinar sobre a própria razão. (UMESP 2009 p.11)

JARDIM, Alex Fabiano Correa & BORGES, Ângela Christina & FREITAS, Gildete dos Santos et al. Filosofia da Educação.